A questão social, no entanto é a
relação entre o capital e o trabalho. No Brasil essa contradição sempre pesou
com os interesses do capital com relação à força de trabalho, foram esses
interesses do alto que modelaram a nossa organização industrial e capitalista. No
Brasil historicamente identificamos que o moderno ele se constrói por meio do
arcaico, do velho, nós somos um velho forjado de novo. Ele vem revestido com
novos elementos, mas é o mesmo.
Iniciamos
uma industrialização ainda com uma lógica de trabalho escravo, a radicalização
da questão social, é a extrema desigualdade, não tem como tencionarmos a força
de trabalho tem uma concepção muito ainda pautada na escravidão com esse
desenvolvimento tecnológico, somos quase que arrastados por esse novo momento
sem conseguir refletir e resistir. Saímos da terra como escravos e entramos na
fábrica como novos escravos.
Outro
elemento fundamental e o desenvolvimento desigual no Brasil diferente de outros
países, o desenvolvimento econômico ele se deu completamente diferente do
desenvolvimento social, aquilo que deveria servir para aumentar, para
qualificar a vida da sociedade, foi ao contrário não é a toa que somos um dos
países com o maior nível de desigualdade do mundo, crescemos economicamente
muito e socialmente ficamos estagnados, não conseguimos fazer esse avanço.
A
modernização conservadora, se mantêm conservadora, se moderniza mas mantêm os
elementos aqueles sujeitos que eram os conservadores, hoje são os modernos, a
elite cafeeira, hoje é a elite empresarial.
Incorporação e/ou criação de relações sociais
arcaicas ou atrasadas nos setores de ponta na economia, que adquirem força nos
anos recentes: peonagem, escravidão por dívida, clandestinidade e precarização
do trabalho.
Questões
de ordem política e social se reapresentam, o Brasil teve feições
antidemocráticas em toda a sua estrutura, o Brasil ainda não aprendeu de fato a
ser democrático, ele aprendeu a ser antidemocrático. O Estado que é cotado
pelas elites, as elites se aproximam desse Estado, fazem uso dele para si. As
relações não são de direitos, são de favor, não são de usuários, são de
clientes.
Andreza Lazzarotto


