A
trajetória da saúde no Brasil é composta por várias fases até o surgimento e a
efetivação da Política Nacional de Saúde. Dentre elas, podemos destacar o
Sanitarismo Campanhista, o período de 1945-1960, o Modelo Médico Assistêncial
Privatista, e por fim o Modelo Plural.
O
Sanitarismo Campanhista foi uma campanha sanitária criada para conter surtos de
epidemias graves como varíola, malária, febre amarela, chagas, etc. Osvaldo
Cruz assumiu a diretoria do Departamento de Saúde Pública e iniciou ações de
combate às pestes. Essas ações eram realizadas pelos militares de forma
autoritária e abusiva, sem os devidos esclarecimentos à população, o que causou
revolta e protestos.
Com a
chegada de Carlos Chagas ao Departamento de Saúde Pública, iniciou-se a
propaganda e educação sanitária e a criação de órgãos especializados no combate
às doenças, assistência hospitalar, infantil e de higiene industrial.
As
campanhas já atingiam também as áreas rurais. Em 1923 foi criado a Caixa de
Aposentadoria e Pensão – CAPs, cuja assistência era oferecida somente a quem
possuía vínculos trabalhistas. Em 1930 a CAPs foi substituída por Institutos de
Aposentadorias e Pensões – IAPs, um sistema cooperativista organizado por
categorias profissionais.
O período
de 1945-1960, caracterizado como período pós-guerra e de implantação do
Welfare-State, o governo Dutra implantou o Plano Salte, criou o Ministério da
Saúde em 1953, intensificou as campanhas de vigilância sanitária e definiu os
serviços básicos de saúde oferecidos à população. No ano de 1960, o governo
implantou a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) que unificou a legislação
referente aos IAPs.
O período
conhecido como Médico Assistencial Privatista teve início com o surgimento da
assistência médica previdenciária, desencadeado com a criação do INPS em 1967 e
INAMPS em 1977, que viabilizou a política dos convênios com os setores privados
de assistência médica. Neste período, a assistência prestada através do INAMPS
não era universal, beneficiando apenas aos indivíduos contribuintes da
Previdência Social, a população não previdenciária tinha acesso muito restrito
à saúde e eram atendidos apenas em serviços filantrópicos.
Em 1986
ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, a qual representa um marco
histórico para a saúde, pois foi a primeira conferência aberta à sociedade e
por meio dela foi implantado a SUDS. A Reforma Sanitária ganhou evidência
através da conferência e trouxe mudanças inovadoras em todos os setores da
saúde, contribuiu para reanimar os princípios democráticos pautados na defesa
da universalização das políticas sociais, na construção de um sistema único de
saúde tendo como base a intersetorialidade, integralidade, descentralização,
universalização e a participação social.
Com a
Constituição de 1988, institui-se o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo
regulamentado em 1990 com a LOS, que definiu seu modelo operacional, sua forma
de organização, seus princípios doutrinários, objetivos e atribuições.
Esse novo
modelo de saúde vigente é denominado Modelo Plural, tendo como característica
mais importante a universalização do atendimento e a participação da
sociedade. É certo que ainda não chegamos a um modelo perfeito de
atendimento, pois são muitas as lacunas existentes no sistema SUS, porém, se
analisarmos os avanços e as conquistas na área da saúde nas últimas décadas,
percebemos que temos muito a comemorar e a certeza que devemos continuar na
luta para que os serviços prestados à população sejam realizados de forma
digna, igualitária e que os atendimentos sejam oferecidos com qualidade.
Politica de Humanização
A Política de Humanização surgiu em 2003 para
efetivar os princípios do SUS, no cotidiano das práticas de atenção e gestão,
qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre
gestores, trabalhadores e usuários. Esta política nasceu da necessidade de se
reverter o quadro de “desumanização” e outras problemáticas encontradas na
política de saúde realizada através do SUS.
A questão da humanização é importante, pois o
paciente será atendido na totalidade, não apenas será tratada a patologia, mas,
sim, o todo que é o ser humano, trabalhando com a rede socioassistencial por
meio de uma equipe multiprofissional.
Devido a esta necessidade de mudança na política de
saúde, muitos projetos de humanização vêm sendo desenvolvidos, por exemplo, na
saúde da mulher, na humanização do parto e na saúde da criança com o projeto
Mãe-Canguru, para os recém-nascidos de baixo peso, entre outros.
Podemos dizer que a Rede de Humanização em Saúde é
uma rede de construção permanente e solidária de laços de cidadania,
ressaltando a valorização do ser humano, a integração da equipe, a comunicação,
e a conexão com outras políticas sociais.
Fonte: http://servicosocial-erenilza.blogspot.com.br/
