domingo, 30 de março de 2014

★ 1ª e 2ª Revoluções Industriais !



A Revolução Industrial pode ser considerada um conjunto de profundas mudanças nos métodos de transformação de matérias-primas em produtos, a partir do trabalho humano. A Revolução Industrial deu início a uma era de grande prosperidade, possibilitando a consolidação do capitalismo, o aumento da produtividade, o desenvolvimento tecnológico e a formação de uma economia globalizada.

De acordo com o produto a ser fabricado, a indústria busca uma localização favorável, que reduza os custos produtivos e seja próxima de mercados consumidores, ampliando a produtividade. Essas necessidades das fábricas chamam-se fatores locacionais. Os principais são: matérias-prima, fonte de energia, mão de obra, mercado consumidor, infraestrutura de transporte, rede de comunicações e incentivos fiscais.

Tipos de Indústrias:

» Indústria de base ou de bens de consumo: transformam matérias-primas brutas em industriais para outros tipos de indústrias (ex: siderúrgicas e petroquímicas).

» Indústria de bens de capital: produz máquinas e equipamentos para outras indústrias.

» Indústria de bens de consumo: seus produtos são destinados ao abastecimento da população, ao mercado consumidor (podem ser produtos duráveis – ex: carros – semiduráveis – ex: roupas – e não duráveis – ex: alimentos).


1ª Revolução Industrial:

» Local / Época: Grã-Bretanha / Início do séc. XVII.
» Fatores determinantes: grande acúmulo de capital e riquezas como nenhuma outra potência conseguiu devido ao intenso comércio, ascensão da burguesia ao poder, disponibilidade de matéria-prima, mão de ora abundante (o que criou exércitos de reserva, que manteve baixos salários), mercado consumidor interno forte e jazidas de carvão mineral.
» Tecnologia: avanço nas técnicas e equipamentos para produção e descoberta das máquinas a vapor.
» Principal tipo de indústria: têxtil.
» Matéria-Prima: algodão e lã.
» Fonte de Energia: carvão mineral.
» Transporte: trens e barcos.
» Condições de trabalho: longas jornadas de trabalho, péssimas condições de higiene e salubridade, exploração, baixos salários e trabalho infantil/feminino.

2ª Revolução Industrial:

» Local / Época: EUA, Japão e Alemanha / 2ª Metade do séc. XIX.
» O porquê do pioneirismo dos EUA: colonização de povoamento, intensa acumulação de capitais, vitória da burguesia na guerra da independência e na guerra de secessão, predomínio da religião protestante e grande oferta de recursos naturais no território (abastecimento das indústrias).
» Fatores determinantes: descoberta do aço, do petróleo e da eletricidade.
» Tecnologia: avanço nas técnicas e equipamentos para produção e desenvolvimento do motor a combustão interna e eletricidade.
» Principal tipo de indústria: automobilística e siderúrgica.
» Matéria-Prima: aço, ferro e petróleo.
» Fonte de Energia: petróleo e eletricidade.
» Transporte: carros, embarcações, trens, aviões.
» Condições de trabalho: melhores que as da 1ª Revolução Industrial.
» Nessa fase houve também o aparecimento de modelos de produção e mudanças na doutrina econômica.

terça-feira, 25 de março de 2014

A Evolução do Capitalismo

O Capitalismo é o sistema hegemônico mundial, e suas características são: tem como objetivo o lucro e a reprodução do capital, os meios de produção são de propriedade privada, predomina o trabalho assalariado e a sociedade divide-se em classes de acordo com a renda. O Capitalismo se desenvolveu em 3 etapas:

Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo:

» Perdurou entre os séculos XV e XVIII (colonialismo).
» Durante essa fase ocorreram as Grandes Navegações (Portugal e Espanha buscavam uma rota para as Índias).
» Ocorreu na fase de transição entre o Feudalismo e o Capitalismo.
» Chama-se Capitalismo Comercial pois a circulação de mercadorias (comércio) era a principal forma de obtenção de capitais na época.
» Neste período a economia funcionava sob a doutrina mercantilista (forte intervenção do Estado na economia para desenvolver a nação e ampliar o poder do Estado) .
» Forte preocupação no acúmulo de riquezas e manter o superávit a partir de metais preciosos (metalismo).
» Para isso também foi comum a prática do Pacto Colonial (as colônias exportavam para as metrópoles com preço baixo e importavam da mesma com preço elevado)
» Essa acumulação primitiva de capital, entre outros fatores, possibilitou a ocorrência de transformações na produção e reprodução do capital, a partir da Revolução Industrial, iniciando assim a segunda etapa do capitalismo.

Capitalismo Industrial:

» Perdurou entre os séculos XVIII e XIX (surgiu com a Revolução Industrial).
» A Revolução Industrial modificou a forma de produzir, as relações de trabalho e a organização do espaço mundial. Também aumentou a produtividade, o lucro e a poluição. Com a Revolução Industrial a humanidade aumentou a capacidade de transformar a natureza, com as máquinas a vapor ou carvão mineral.
» A lucratividade passou a ser garantida pela mais-valia (parte do trabalho não paga ao trabalhador, ex: trabalha 8h e recebe 2h, o resto do tempo trabalhou de graça, esse é o valor não pago, uma exploração).
» Ascensão de uma burguesia industrial que era desfavorecida pela nova doutrina econômica, o Liberalismo Econômico (livre concorrência).
» No séc. XIX houve uma expansão da atividade produtiva pela Europa Ociedental, houve uma melhoria nas tecnologias já desenvolvidas, ampliando mais ainda a produtividade, o que ocasionou mais tarde a Segunda Revolução Industrial (com novas fontes de energia – petróleo e eletricidade - , novas matérias primas – aço – e tecnologias – motor de combustão interna). Sendo EUA e Alemanha os pioneiros.
» A expansão produtiva fez surgir a necessidade de novos mercados, novas áreas para investir e novas áreas fornecedoras de matéria-prima, o que fez com que as potências industriais européias iniciarem a expansão imperialista, na África (Conferência de Berlim: partilha africana) e na Ásia. O imperialismo gerou conseqüências humanas, políticas, sociais e econômicas deprimentes ao continente africano.
» A partir do imperialismo, houve a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que inseria diferentes países na economia capitalista de acordo com suas funções. As colônias forneciam matérias primas e as potências as industrializavam.

Capitalismo Financeiro ou Monopolista:

» Perdura do século XX até hoje (globalização).
» Se consolidou pós Primeira Guerra.
» Com a forte expansão da economia capitalista (devido à industrialização, globalização...) observou-se uma forte concentração de capitais, devido a grande concorrência existente. Isso favoreceu as grandes empresas, levando-as a fusões e incorporações.
» Nessa etapa ocorreu uma intensificação nos mercados de capitais (especulativo), pois diversas empresas venderam suas ações, e com isso houve o fortalecimento de bancos, bolsas e seguradoras.
» Em 1929 a superprodução industrial e agrícola, associada ao subconsumo e ao pensamento Liberal provocaram um período de forte crise, que teve como marco a quebra da bolsa de Nova Iorque, a Crise de 29 ou Grande Depressão, que começou a ser solucionada em 1930 com a política do New Deal do presidente Roosevelt.
» Grande desigualdade econômica e social.

quarta-feira, 5 de março de 2014

A única coisa que faz nos tornar um profissional é o conhecimento especifico daquela área, se o conhecimento que eu tenho, qualquer pessoa tem, a profissão não é necessária, se este fato em várias áreas é complicado, no Serviço Social, tem sido um problema sério e por conseqüência, um dos motivos o nosso baixo salário.
 
Ou seja, uma profissão somente é inserida socialmente quando ela é reconhecida como importante, e que qualquer um não faz. Quando um Assistente Social fala, que o que ele faz, qualquer um faz, a fala deste Assistente Social nos dá uma certeza, de que o que ele faz não é Serviço Social. Podemos pensar da seguinte maneira, se qualquer um faz o que um Médico faz, a sociedade tem necessidade dessa profissão?

A leitura Marxista da Sociedade é uma leitura, revolucionária. É uma leitura que visa a transformação, que visa a superação da sociedade capitalista, logo ela não vai ser aceita de uma maneira tão fácil.

Quando Marx tenta fazer uma leitura da realidade ele tenta ver por outras vias, é obvio que ele vai se inspirar em vários outros autores que vieram antes dele, ele foi um gênio, mas isso não veio do nada, ele estudou muito antes para chegar nas obras, que ele chegou, então ele vai buscar em vários outros autores formas de fazer essa leitura da realidade e chegar a sua obra final que é O Capital, que desvendou os Meandros do capitalismo, e o seu caráter revolucionário.

A sociedade é um processo, a vida é um processo que esta em constante transformação. O ser humano esta em constante transformação, assim como a sociedade, somos influenciados pelo nosso meio, influenciado pelas pessoas que convivemos, pela família, pelas instituições de ensino na qual estamos inseridos, pela mídia, pela arte, enfim tudo esta em constante transformação e isso nega as concepções de fim da historia.

A obra Marxiana deve ser o principio de qualquer leitura de Realidade, se formos fazer uma leitura da Realidade, fazer uma pesquisa, sobre uma manifestação
da questão social, por exemplo, a questão da Vulnerabilidade da População, a teoria da Marx tem como centralidade a questão do trabalho, é preciso entender que ao assumir a teoria Marxiana, que vai direcionar o trabalho quanto pesquisador, se somos marxistas, vamos assumir isso como um posicionamento político de quem quer uma sociedade diferente.

segunda-feira, 3 de março de 2014

A Dialética Histórica e Materialista


O Serviço Social utiliza a dialética no sentido apresentado por Marx, (tese, antítese e síntese). Apresenta-se uma tese, vem a contradição, a negação da negação e, no final, a superação através da síntese das ideias discutidas.

Quando falamos em Dialética, não a usamos mais como sinônimo de dialogo, no entanto, essa ideia, do dialogo enquanto argumentativo e reflexivo de debate, usamos bastante no Serviço Social, aliás, uma das finalidades básicas do Assistente Social, é na reprodução de outra ideologia, se faz através do dialogo reflexivo, basicamente trabalho do Assistente Social contribui na organização das classes subalternas, das pessoas em vulnerabilidade, de risco como produto das questão social, e seu instrumento básico é o dialogo reflexivo, a palavra dialogo por si só não precisaria estar acompanhada da palavra reflexivo, no entanto normalmente esse termo é usado em vario textos de Serviço social, para reforçar que o dialogo tem o sentido de reflexão, tem o sentido de debate, de argumentos.

Se estou trabalhando num grupo de mulheres vitimas de violência, o instrumento que eu devo usar, é o dialogo reflexivo, ele tem a ideia de ser de debate, de argumentos, é o dialogo no sentido de internalizar uma nova perspectiva ideológica, a mulher vitima de violência tem a perspectiva de que é merecedora daquele tipo de violência, e através do dialogo reflexivo, questionador e argumentador,ou seja, que faz o outro pensar, que é dada a possibilidade de mudança, a possibilidade de para que essa mulher saia da situação de risco, que é a situação de violência para uma situação de não risco.

O trabalho do Assistente Social, a partir do instrumento de trabalho, a estratégia do dialogo reflexivo é mostrar que a fala do usuário, não é somente uma fala, é um jeito de pensar, um jeito de sentir, é um jeito de agir e um jeito de resistir.
Sobre a Dialética é importante entendermos que: A dialética, não refere-se somente ao Materialismo; O Conceito na Tradição Marxista Evolui e qualifica outros conceitos.
Um elemento central que a tradição Marxista vai de apropriar, é na posição de um filosofo pré-socrático, Heráclito de Efeso. 

“Para ele a realidade é um constante devir, onde prevalece a luta dos opostos" (GADOTTI, 1987, p. 15).
Nesse contexto onde a realidade esta em constante transformação, é uma questão chave para entender esta perspectiva teórica metodológica e também para romper a cultura Positivista, é a cultura que permeia a sociedade em geral, é a cultura que não aceita mudanças.
Na perspectiva Materialismo Histórico Dialético, não podemos mudar o outro, um dos trabalhos básicos do Assistente social é dar ferramentas para que os sujeitos possam exercer autonomia, ou seja que possam ter formações claras e objetivas, podendo tomar decisões, mudando assim suas condições de vida.
A maior dificuldade para assumir essa perspectiva, é temos que romper a perspectiva da lógica cotidiana. Uma expressão que Iamamoto utiliza e eu particularmente gosto:

  ''As alternativas não saem de uma suposta 'cartola mágica' do Assistente Social; as possibilidades estão dadas na realidade, mas não são automaticamente transformadas em alternativas profissionais." (IAMAMOTO, 1998, p.21).
Achamos que somos mágicos e que podemos mudar o homem, o que podemos fazer é colocar o nosso conhecimento a disposição, e diante deste conhecimento o outro possa se conscientizar.
Como vemos, a questão que deu origem à dialética é a explicação do movimento, da transformação das coisas. Na visão metafísica do mundo, à qual a dialética se opõe, o universo se apresenta como "um aglomerado de 'coisas' ou 'entidades' distintas, embora relacionadas entre si, detentoras cada qual de uma individualidade própria e exclusiva que independe das 'coisas' ou 'entidades'. A dialética considera todas as coisas em movimento, relacionadas uma com as outras.(GADOTTI, 1987, p. 16).
Na dialética histórica materialista, a visão de mundo onde ele não é perfeito, não é harmônico, assim, um exemplo que não pertence á tradição materialista dialética, é a visão de que as famílias são perfeitas, e ela é tão enraizada pela ideologia dominante, que passamos a achar que somente a nossa família passa por dificuldades e que a família do outro sim que é perfeita, mas todas as famílias tem dificuldades, algumas escondem mais, e outras menos.

Na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessária e independentes de sua vontade. [...] O modo de
produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seus ser social que determina a sua consciência. [...] Assim como não se julga o que um indivíduo é a partir do julgamento que ele faz de si mesmo, da mesma maneira não se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência; ao contrário, é preciso explicar essa consciência a partir das contradições da vida material [...]. (MARX, apud NETTO, 1986, p. 26-27).

 Referências:

GADOTTI, Moacir. Concepção Dialética da Educação: Um estudo Introdutório. 5ª ed. São Paulo. Cortez, 1987.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1998.
KONDER, Leandro. O que é dialética. 25ª ed. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1993.
NETTO, José Paulo. O que é marxismo. Coleção Primeiros Passos. 8ª ed. Editora Brasiliense, 1986.


Andreza Lazzarotto

Maneiras de Explicar o Mundo

Há duas grandes maneiras de se explicar o mundo, não cientifica e científica, a maneira não científica, do senso comum é a mais ilógica, porém é a mais usada por nós, que se caracteriza pelas expressões que usamos da não possibilidade é visto como a compreensão de todas as coisas por meio de experiências vividas ou ouvidas do cotidiano é um saber informal que se origina de opiniões do um sujeito ou grupo.
De maneira espontânea e sem querer as pessoas utilizam o senso comum a quase todo o momento: Ex: Quando se está com o intestino preguiçoso e a vizinha diz que ameixa e mamão é bom para ajudar o intestino, o que é que se faz? Corre para casa e se empanturra de ameixa e mamão. Isso é senso comum, a utilização de um método criado a partir de uma experiência natural. 
“Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade, transmitindo de geração para geração, e, muitas vezes, ao se transformar em crença religiosa, torna-se uma doutrina inquestionável” (CHAUI, 2006, p. 216).

A Atitude não cientifica difere-se em alguns aspectos com a ciência, pois a ciência busca a verdade em todas as coisas por meio de testes e comprovações. A ciência é objetiva, se renova se modifica e busca sempre se firmar no conhecimento.
Existem pessoas que negam o conhecimento em prol do senso comum, se desejamos ser um profissional de qualidade, que realmente faz a diferença, temos que nos basear na atitude cientifica.
Mas na contemporaneidade, em algumas profissões o que impera não é o conhecimento cientifico, mas sim o senso comum, e uma dessas profissões infelizmente é a de Assistente Social, se não assumirmos que a nossa profissão tem um conhecimento acumulado para dar respostas á sociedade, para dar respostas junto ao exercício de trabalho que fazemos, seja num atendimento direto com um usuário, ou em qualquer área do Serviço Social, se quisermos que a nossa profissão seja reconhecida socialmente e financeiramente, temos que nos apropriar de uma atitude científica.  
"O que distingue a atitude científica da atitude costumeira ou do senso comum? Antes de qualquer coisa, a ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, Por isso, ali onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas." (CHAUI, 2006, p. 218)

Referência:
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª ed. São Paulo: Ática, 2006.

Andreza Lazzarotto

domingo, 2 de março de 2014

Tradição Marxista

A perspectiva teórica da teoria social critica é baseada na tradição Marxista, primeiramente precisamos entender que:  Ela é uma Teoria, não é a verdade, em outras palavras é uma lente que usamos para enxergar a realidade, interpretar a realidade, e encontrar alternativas, mas não é a verdade, é uma verdade.
Um conceito de Teoria Social Critica, de que toda teoria social, quer constituir uma nova sociedade, ou seja, que se pauta por uma busca de uma sociedade mais justa e mais humana, sem discriminação, sem preconceito e de igualdade. Mas pode acontecer de analisarmos um determinado autor “A”, que na concepção dele a sociedade tem um modelo “X”; Um autor “B” vai achar que essa sociedade tem modelo “Y”, um autor „‟C‟‟, pode achar que esta sociedade tem modelo “Z”.
Mas eles têm algo em comum, não acham possível, termos democracia plena, não acham possível, termos igualdade, universalidade de direitos em uma sociedade capitalista, mas é possível sim, fazer aproximações, acreditam que a democracia plena, a igualdade, a liberdade, ela dentro desta matriz critica, só é possível em outra sociedade, e qual seria o modelo dessa „‟outra‟‟ sociedade?
Alguns Autores vão chamá-la de Socialista, Marx dizia que o modelo de socialismo não estava pronto, que homens e mulheres construiriam este modelo conjuntamente, mas tinha uma questão que era básica: Uma sociedade sem classe, igualitária, democrática em que não haveria exploração de um sobre outros.
A teoria Social no sentido tradicional, não tem uma ideia, de que são os homens e mulheres que fazem a história, que é uma teoria de matriz positivista, simplesmente acha que as coisas são assim, e é essa matriz que esta fixada em nossos corações e mentes, e eu posso até citar um exemplo: Sempre achamos que as coisas não tem jeito, um dos maiores problemas que temos na contemporaneidade, é de não acreditar na possibilidade de mudar o que esta ai, achamos que um drogadito não pode se recuperar, um alcoolista não tem jeito, aliás dizemos no nosso dia a dia, frases como: “Você acha que ela vai mudar?”, ou até mesmo „‟Ela não vai mudar, ela é assim!”
Esse é um preceito que é contrario a teoria marxista, a teoria marxista acredita na possibilidade de mudança, pode até ser que o sujeito nunca mude, por diferentes motivos, mas existe a possibilidade de mudar, Marx dizia que quem construiu a sociedade do jeito que ela esta, de violência, de opressão, de exploração, de desigualdade, de pobreza, foram homens e mulheres, se homens e mulheres construíram uma sociedade assim, homens e mulheres se assim desejarem podem construir outra.
Na perspectiva Marxista, as questões, são de ordem e objetivas constituídas por homens e mulheres, não foi Deus que fez a pobreza, foram homens e mulheres, não foi Deus que criou a exploração, foram homens e mulheres.
Mas surge o seguinte questionamento: O que é preciso fazer para que os homens mudem o que esta ai?
Temos os Três elementos: A Necessidade, homens e mulheres só vão mudar algo se eles acharem que é necessário. Ou seja, quando estou trabalhando com uma mulher vitima de violência, que veio naquele momento para ser atendida, com um olho roxo, toda machucada, a primeira questão do meu dialogo reflexivo com esta mulher, é dialogar a necessidade de ela mudar, e isso vale para a mulher vitima de violência, mas vale para nós, o primeiro passo é mostrar através do dialogo a necessidade de mudar.
E significa que ela vai mudar? Vai ter uma que vai, vai ter outra que não, mas a possibilidade esta dada, o possível não é o provável, não quer dizer que aconteça.
Consciência: Capacidade de valorar objetivos e crenças, de saber o caminho a seguir, é o conhecimento de possibilidade de sair daquela situação, mas não basta ter necessidade e consciência é preciso o terceiro elemento que é a Paixão.
Ou seja: „‟Eu sou vitima de violência há 15 anos‟‟, com certeza essa mulher aprendeu algo, aprendeu a ser violentada, agora ela precisa aprender a não ser violentada, e para não ser mais violentada ela precisa ter esses três elementos.
Não estou negando a lei de Deus, nem do credo em Deus, mas a sociedade de exploração, desigualdade e violência, ela não foi constituída por Deus, foi constituída por homens e mulheres, esta é uma questão central, ou seja, é a questão Materialista da perspectiva teórica. A Perspectiva Materialista, é que a sociedade como esta formada, é obra de homens e mulheres e não de Deus ou de outro ente divino.

Andreza Lazzarotto