domingo, 23 de fevereiro de 2014

Assistente Social: Por que escolhi esta Profissão?




Todos os dias quando acordo me pergunto por que escolhi esta profissão. Por que escolhi Assistente Social?
Ela está presente no meu dia a dia. Quando vou trabalhar fico feliz por ter trabalho, quando vou dar uma volta pelas ruas da cidade vejo as ruas e a praça cheias de gente e fico feliz. Mas aí quando percebo o meu ser profissional "Assistente Social" chega acabando com minha felicidade e diz: Olha aquelas crianças sozinhas na rua, olha aqueles jovens alcoolizados, olha quanto lixo jogado nas ruas nas calçadas, olha quantos homens pais de famílias sem trabalho formal sentados na esquina do clube esperando um trabalho. Ao andar nas ruas encontro pessoas em busca de seus Direitos por que vivem as mais diversas expressões da questão Social, famílias vivendo a extrema pobreza, jovens usuários de crack, crianças e adolescentes vitimas de violência sexual, psicológica e física, idosos sendo explorados e abandonados por filhos e netos, homossexuais sendo motivo de chacotas e piadinhas.  Olho então ao redor se mais alguém está preocupado com as cenas que o dia a dia nos esfrega no rosto. Levo uma surpresa: ninguém nota!
Então me dou conta que esta realidade, além de ser banalizada, e evitada pela maioria e pela consciência de quem não quer ver. E O MUNDO REAL NINGUÉM QUER VER.
É, o invisível que ninguém quer ver!
AH!  Me esqueci um dia vou ser Assistente Social!
Todos os dias a minha futura profissão, o meu cotidiano me responde. Por que nos dias da semana trabalhando e observando sempre com olhos atentos me deparo com cenas que o mundo invisível que ninguém vê: adolescentes se drogando, se prostituindo, numa ciranda de omissão e descaso. Eles só serão vistos quando prejudicarem “os homens de bem”.
Não serão notados para uma busca coletiva de um processo que os inclua na sociedade, mas sim será para se discutir, isso sim quantas cadeias e para onde tem que mandá-los, dando espaço direto para a insensatez social e o descaso e descompromisso que se tem com as crianças e adolescentes, responsabilizando assim a pobreza e o número de filhos pela violência dos dias atuais.
Sempre são eles nunca somos nós. Nunca se faz uma análise da sociedade capitalista em que vivemos e sua maneira perversa de exclusão.
Por que  Assistente Social?
Porque estou atenta a este mundo que passa despercebido aos olhos de muitos. Quando vejo televisão e escuto rádio, fico discutindo com as noticias e com as pessoas que realizam a chamada mesa redonda, debates.
Por que  Assistente Social?
Porque vejo o mundo invisível dos sem direitos, dos doentes, das mulheres vitimas de violência, dos famintos, dos sem teto, dos sem educação, dos drogados dos desesperançados, dos espoliados, dos excluídos, dos idosos, dos homossexuais, dos sem terra. Porque sei que os donos do capital têm suas estratégias e instrumentos para manterem a desinformação, a opressão e os privilégios.
Por que Assistente Social?
Porque possuo o senso de indignação com a injustiça, por que direitos só tem significado com garantia.
Por que escolhi ser Assistente Social? Porque esta profissão me possibilita ao longo de minha vida estar na luta permanente, na defesa intransigente dos direitos humanos e na busca de uma sociedade justa e igualitária.
Serei Assistente Social para poder levantar minha voz na defesa daqueles que tem os seus direitos cotidianamente violados.
Serei Assistente Social remando contra a corrente que amarra as pessoas nos poderes: Econômico, religioso e político.

Andreza Lazzarotto.